PROJETOS COM PARCERIAS:


a.”HISTÓRIAS DE NOSSA TERRA”
Fúlvia Aparecida M. Barbosa  
Maria Teresa Parisi Pazeto
Professoras Responsáveis

Data de início do Projeto: Maio de 2005
Duração do Projeto: seis meses
Alunos Envolvidos: Alunos das terceiras séries.

Esse projeto teve como objetivos:
- Contribuir na formação de competência técnica de professores de Ensino Fundamental, no desenvolvimento de projetos de reconstrução de memória com crianças;
- Fortalecer o papel da Secretaria Municipal da Educação, Diretoria Regional de Educação da cidade de Ribeirão Preto e a Algar, como parceiras do ensino público, no processo de capacitação e de acompanhamento da prática pedagógica de professores;
- Contribuir para a qualificação da prática de ensino de história utilizando atividades significativas de leitura e escrita, além do uso da informática e internet, no cotidiano escolar;
- Possibilitar a criação de uma comunidade virtual de professores, coordenadores e alunos de Ribeirão Preto envolvidos neste macro projeto: HISTÓRIA DE NOSSA TERRA;
- Incentivar o uso pedagógico do acervo produzido com o projeto “Museu do Futuro” e “Histórias de Nossa Terra”, implantados em anos anteriores.
           
Seu desenvolvimento consistia em que a classe, de forma coletiva, deveria escrever um texto, no qual ela se apresentava, contando um pouco como eram os alunos, etc. Posteriormente, encerrando o texto, a sala convidava as pessoas da comunidade escolar, para participarem de uma entrevista realizada na sala de aula, por estes mesmos alunos. Os convidados deveriam falar sobre suas memórias.
Para sua implementação ele foi dividido em dois sub-projetos, descritos a diante:


“HISTÓRIAS DE NOSSA TERRA: MUSEU DA PESSOA”
Fúlvia A. Barbosa
Professora Responsável
                                                            Figura 144- Convite


Texto de apresentação do convite da 3ª série D do ano de 2005


A 3ª série D da E.E. "Dr.Edgardo Cajado" no Alto do Ipiranga é formada por 35
alunos, sendo 22 meninas e 13 meninos todos entre oito e nove anos.
A maioria dos alunos mora no Bairro, mas há alunos do conjunto habitacional
Alexandre Baldo, Monte Alegre, Sumarezinho e Planalto Verde.
A nossa classe conversa demais, pois quase todos já eram amigos da segunda série. Temos apenas cinco colegas que vieram para a nossa sala.
Mesmo assim, acreditamos que somos bons alunos.
Há alguns momentos em nossas aulas que adoramos.
Quando fazemos a “hora da leitura”, a "hora da história" e as experiências do livro de Ciências.
Nós, as meninas, gostamos de jogar queimada, andar de bicicleta e jogar vídeo-game.
E nós, os meninos gostamos de jogar futebol, soltar pipa e jogar vídeo-game também.
Estamos muito contentes por participar do Projeto, esperamos que tudo de certo.
Com o convite aceito seguem as transcrições das entrevistas e as produções dos alunos:

Depoente: Gislaine Cristina Pires

          Figura 145- As boas vindas a Gislaine, por ter aceitado o convite de participar da entrevista.

No dia cinco de dezembro, fizemos uma entrevista, para o projeto da nossa escola, pelo seus 30 anos . A entrevistada era tia de uma aluna.
            O nome da entrevistada era Gislaine Cristina Pites, nascida no ano de 1974.
            A Gislaine entrou na escola em 87, 88 . Ela estudou desde a 1ª a 7ª série. Ela morava, e ainda morava, na Rua Mato Grosso 1416.
            A Gislaine nos contou que a escola se chama E.E.Dr.Edgardo Cajado.
Nos disse também que a escola teve bastante modificações como: a quadra, o piso, as rampas e etc.
            A Gislaine contou que os períodos eram de manhã, tarde e noite. E também contou que numa época, tevê um período intermediário e os horários eram das 7:00 às 11:00 e das 15:00 às 18:00.Tinha 1ª à 8ª série.
            A Gislaine nos contou que, vários funcionários que trabalhavam naquela época, ainda trabalham hoje, como o Sr.João, a Dona Bete e a Dona Lourdes.
            A Gislaine nos disse que ao retornar ao prédio escolar, ela se sente muito feliz, e que acha legal ver as diferenças daquele tempo com o de hoje. Ela contou também,que não tinha caseiro, só ficava a casa, e logo no ano em que ela saiu da escola, entrou um casal para morar lá. Ela disse que as salas eram do mesmo tamanho de hoje, só que tem mais salas, era na média 34 a 40 alunos por sala.
            A Gislaine disse que as notas não eram como hoje, PS, S, I, era A,B,C,D e E. Tinha chamada(caderneta), e reprovava por falta e nota baixa.
            Só tinha provas bimestrais, não tinha trabalhos.
            O uniforme era camiseta branca e calça jeans.
            Não tinha biblioteca, só alguns livros.
            De 1ª à 4ª série, só tinha uma professora. E da 5ª série em diante tinha mais que quatro professoras.
            A Gislaine disse, para nós que devemos aproveitar bastante nessa época, que um dia, nós poderemos estar no lugar dela...

Giovanna Grepi 4ª série B
07 de Dezembro de 2006



           
Depoente: Maria das Graças Sposito Bonomi – 47 anos
Figura 146- Entrevista feita pelas crianças e a história oral de Maria das Graças retratada nos desenhos da turma (2005)


A seguir a transcrição:

            Dona Maria da Graças disse que gosta muito do seu nome e gosta de ser cozinheira da escola.
            Mora no bairro onde é a escola, desde que tinha 4 anos, veio com seu pai tomar conta de uma chácara .
            Hoje o bairro chama-se Ipiranga, ela disse que antigamente aqui era tudo chácara. Ela não tinha muitos amigos porque as casas eram longes uma das outras.
  
Depoente: Maria de Lourdes N. da Silva

Figura 147- Dona Lourdes

  A infância de Dona Lourdes
   
            Dona Lourdes tem duas filhas pequenas; quem cuidava delas era a avó, ou seja , a sua mãe.
            Quando as meninas atingiram idade para entrar na 1º série foram estudar na Escola Edgardo Cajado, onde nossa depoente trabalhava.
            Hoje suas filhas estão casadas e Dona Lourdes já e avó de cinco crianças, sendo que a sua neta mais velha também estuda no “Cajado” e já esta na 5º série.
            Quando perguntamos se Dona Lourdes gosta de trabalhar na escola, ela nos respodeu que adora, pois passa a maior parte do dia nela e tem otímo relacionamento com a direção professores e e funcionários.
                                   
             A escola antigamente
            Dona: Lourdes nos contou coisas interessantes  sobre problemas que nem imaginávamos que pudessem ter acontecido aqui.
            Um fato interessante que nos contou foi que a E.E.”Dr  Edgardo Cajado “ funcionava em outro endereço, na rua Pará , aqui mesmo , no bairro Ipiranga ; e que só foi inaugurada , no dia 28 de outubro de 1977. Só então Dona Lourdes passou a trabalhar em escola. Primeiramente ela trabalhou como servente e depois como inspetora de aluno, so então prestou concurso e passou a ocupar o cargo que ocupa hoje; secretaria de escola.
            Quando a escola era na rua Pará, houve a necessidade de construir uma escola maior que atendesse o nº de aluno que moravam na região e não tinha como estudar, mas o prdio construído não e mais o mesmo, sofreu  várias modificações e melhorias.
            A nossa depoente nos contou a princípio havia ensino de 1º a 8º série, mas em quatro períodos :manha intermediário, vespertímo e noturno. Agora so há  aula no período da manhã e da tarde.Havía menos salas de aula , somente dois blocos e eram   abertos, hoje são três blocos e são fechados.
            A escola não era murada, havia  apenas cerca de tela e também não havia quadra de esportes.     
            Dona Lourdes se recorda de que havia uma pessoa para cuidar de todo o terreno da escola, mas por não ter muro, ser muito grande, escuro, cheio de matos e árvores, ficava muito dificil, pois muita gente pulava a cerca e danificava a escola.
            Nos disse que antigamente a escola era limpa, mas nem se compara a limpeza e ao aspecto de que apresenta hoje, pois a terra do morro não invade mais o pátio e aos corredores dos blocos quando chove.Alem disso, o cuidado constante com o prédio pinturas, vidraças, ventiladores, carteiras, banheiro, horta, vasos e flores,dão um toque especial a nossa escola.

                            Figura 148- Imagens produzidas pela entrevista de D. Lourdes



A avaliação após a conclusão do projeto.

Figura 149- Avaliação do projeto

                                              Figura 150- Avaliação da entrevista da D. Lourdes



“HISTÓRIAS DE NOSSA TERRA: MEMÓRIA LOCAL”

Maria Teresa Parisi Pazeto

Professora Responsável

 O Projeto “Memória Local” teve como um dos objetivos o resgate da memória de pais – ex-alunos e funcionários de longa data da escola, com relação ao bairro, sua composição, seus marcos num paralelo com a atualidade.

Realizado de agosto a dezembro de 2005, compunha-se da confecção de um convite para participação dos pais e funcionários em uma entrevista, que ocorreria na escola. Posteriormente, os alunos deveriam escrever com suas palavras a “Entrevista”, assim como o “Registro da história de vida do convidado”, por meio de desenhos das lembranças, mais comoventes dos entrevistados.

A seguir, as fotos do convite de 2005, as entrevistas e as ilustrações do projeto.




Texto de apresentação do convite da 3ª série C do ano de 2005


Estamos na 3a série C da Escola Estadual "Dr. Edgardo Cajado" em Ribeirão Preto, no bairro do Ipiranga, na rua General Câmara n. 157 CEP-14055-080. Email: edgardocaiado@terra.combr.

Nossa turma é muito unida. Todos os dias iniciamos nossa aula com    alguma leitura sobre "Deus”, escolhida por nós. Depois a professora nos dá um tempo para contarmos alguma coisa acontecida no dia anterior. Não sei como nos entendemos, todos queremos ser o primeiro ...

Gostamos muito de jogar bola, jogar vôlei, bater figurinhas (bafo), de jogar queimada, pular corda,bambolê , vídeo game , desenhar, pintar, correr, nadar, ler livros, estudar, andar de bicicletas. Etc ...

Gostaríamos de conhecer a história de nosso bairro. Contamos com você...




Os resultados do sub-projeto “Memória Local” remetem a reconstituição do história de constituição e do nome do bairro Ipiranga, que se segue em texto coletivo:


A comunidade do entorno do “Cajado” tem suas origens na história da imigração italiana para a cidade de Ribeirão Preto.

Os imigrantes, que chegavam, vinham substituir os escravos recém libertos pela Lei Áurea, que após a proclamação da república, haviam abandonado as fazendas e os seus ex- senhores.

Barracão foi o primeiro nome do atual Ipiranga; um loteamento que nasceu em 1953, com 38 lotes, compreendidos entre o córrego Ribeirão Preto e a Rua General Câmara e entre a Rua Maranhão e a Avenida D. Pedro I.

O nome original surgiu a partir da construção de um barracão, destinado a ser ponto de chegada de imigrantes, principalmente dos italianos, localizado próximo a estação ferroviária da Mogiana. Do outro lado da estação havia um outro bairro formado por chácaras de dimensões padronizadas, denominado Bairro Ipiranga, que aos poucos foram sendo incorporadas pelo crescimento da zona urbana naquela direção.

Como não havia uma distinção rígida entre os limites do “Barracão” e do “Ipiranga” e principalmente porque a opinião pública achava o nome do bairro “Barracão” feio e o nome “Ipiranga”, bonito; houve uma fusão dos dois bairros.

Projeto do vereador Osório Carlos Nascimento, o plebiscito para essa alteração foi realizada em 2 de abril de 1967, com apoio de um intenso movimento democrático iniciado na metade da década de 60, pelo radialista Antônio Magrini, na época, na rádio Cultura.

A lei que procedeu à alteração foi a de nº 1.910, de 15 de maio de 1967, assinada pelo prefeito Welson Gasparini.

Fruto da fusão do Barracão com o Ipiranga, o bairro Grande Ipiranga abriga uma população estimada em 150 mil habitantes, formando um conglomerado de dezenas de loteamentos e conjuntos habitacionais, com 7,74 quilômetros quadrados.

PROJETOS COM PARCERIAS:

”EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO”

Responsabilidade Coletiva
        

O objetivo da educação para o trânsito é preparar a criança, que amanhã será o adulto, no seu comportamento do dia-a-dia, que refletirá não só no trânsito como também na melhoria de vida para todos, em todos os sentidos.

Os conteúdos são trabalhados de forma interdisciplinar, sempre enfocando o tema proposto: a responsabilidade, a auto-estima, o comportamento do indivíduo, a segurança.


Procedimentos Metodológicos:

- Para cada faixa etária deve ser estabelecida uma metodologia.

- A busca para o desenvolvimento do tema deve ser sempre numa linguagem positiva e não como nas proibições das placas de trânsito.


Habilidades:

- Buscar no tema proposto a pesquisa, o conhecimento, a leitura, através de textos e notícias do dia-a-dia que demonstrem responsabilidade.


Avaliação:

- Deve ser efetuada mediante as tarefas propostas aos alunos, no que se refere à sua aprendizagem, interferindo no seu comportamento e no comportamento da coletividade.


“EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO:

CONSCIENTIZAÇÃO E CIDADANIA”



                                                      Elisabete Conceição da Costa Barbosa

Professora Coordenadora

 Responsável



Data de início do Projeto: 2007
Duração do Projeto: atividade paralela realizada durante o ano.

Alunos Envolvidos: primeiras a oitavas séries/primeiro ao nono ano.
 

A “Educação para Humanização do Trânsito” é uma iniciativa institucional da Empresa Intervias – Via Norte.

O tema “Conscientização e cidadania para humanização do trânsito” foi proposto pela Coordenadora Elisabete Conceição da Costa Barbosa na E. E.  Dr. Edgardo Cajado, em Ribeirão Preto/SP, tendo como objetivo estimular a reflexão sobre o significado e a influência do trânsito na vida das pessoas, quer sejam alunos, professores, pais, comunidade, visando uma conscientização sobre a responsabilidade social.

Os temas abordados de primeira a oitava série foram: a Cidadania, a Inclusão, a Segurança no Trânsito e o Meio ambiente. Os professores e alunos aderiram ao projeto, criando e executando diversas atividades em sala, pátio e quadra.

O projeto desenvolveu-se ao longo dos meses de Março a Outubro de 2007, tendo como encerramento a “Semana do Trânsito”, no período de 18 a 25 de Setembro, na qual as atividades relacionadas ao tema foram intensificadas, principalmente de primeiras a quartas séries.

A seguir a apresentação das atividades em ordem cronológica:



1) ATIVIDADES DESENVOLVIDAS AO LONGO DO PROJETO

Atividade Diagnóstica

No primeiro semestre, estimulados pela Profa. Andréa Márcia Sant’ Ana, os alunos de quinta a oitava séries fizeram uma caminhada pelo entorno da escola observando a sinalização existente, o lixo nas calçadas e a existência de rampas para os deficientes.

Ao constatar a falta de sinalização adequada, o lixo que obrigava os alunos a terem que andar pela rua correndo o risco de serem atropelados e a falta de rampas para deficientes, os alunos cobraram solução da Direção da Escola. Ao descobrir que vários ofícios foram enviados à Prefeitura pedindo a limpeza da calçada e a sinalização, principalmente na porta da Escola, alunos e pais se mobilizaram.

 

Figuras  – Ação da comunidade do entorno





Bloqueando a rua com o lixo, a imprensa fez uma matéria que saiu no jornal da região denunciando os perigos que os alunos corriam ao terem que andar no meio da rua para chegar à Escola.

A Polícia ajudou na organização do trânsito, já que a rua permaneceu interditada. No final do dia, trator e caminhão da Prefeitura retiraram o lixo, liberando a calçada. A Transerp, órgão responsável pelo trânsito em Ribeirão Preto, pintou faixas e colocou a sinalização adequada nas proximidades da Escola.

Todos os pais e alunos estão de parabéns, pois deram uma verdadeira demonstração de cidadania mostrando que quando a comunidade se une para reivindicar seus direitos sai vitoriosa na solução dos problemas.

Os alunos foram verdadeiros protagonistas: identificaram os problemas e partiram para a solução.



SEMANA DO TRÂNSITO



Primeiras a quartas sÉries/PRIMEIRO AO QUINTO ANO



Neste período foram disponibilizados para os alunos de primeiras a quartas séries os kits e jogos distribuídos pela Via Norte durante a 3ª Reunião Pedagógica de 2007.

 Os alunos participaram em grupos de quatro, utilizando o jogo conforme as regras estipuladas e adaptadas ao entendimento de cada série.

A seguir algumas imagens das várias aplicações:



Figura – Aplicação dos jogos





Também foi realizado, durante a Semana do Trânsito, com as salas de primeira e quarta séries nas aulas de Educação Física, pela Profa. Jaqueline Costa Castilho Moreira, um jogo com peças em tamanho natural, tendo como objetivo o entendimento das leis de trânsito, no qual estimulava-se a questão da segurança, pois muitos destes alunos com apenas seis anos caminham para ir à Escola.



2.1.) REALIZAÇÃO DO JOGO DO TRÂNSITO EM TAMANHO NATURAL



Materiais: mesas, bambolês, brinquedos, telefones, bonés, cones, bandeirinhas, semáforos, cinco carrinhos, dado gigante feito de papelão e coberto com filme pvc e material digitado em papel A4, segundo a especificação do jogo.



Salas de Aplicação: de 1ª a 4ª séries.



Número de alunos por vez: cinco (jogo individual) ou dez alunos (jogos em dupla, no qual um joga o dado e o outro movimenta a peça e realiza as atividades propostas no jogo, de forma alternada). Em salas de 30 alunos é preferível optar pelo jogo em duplas, pois o professor conseguirá atingir todos os alunos em uma aula simples.



Seqüência do Jogão:

 
Figuras – Etapas do Jogão de trânsito e a diversão de jogar com peças em tamanho natural.



Conclusão



Os alunos tiveram a oportunidade de, através de debates, vivências, palestras, jogos e atividades de leitura e produção de textos, aprender sobre regras de trânsito, como prevenir acidentes, regras de convivência e prática da cidadania. Este é um projeto que se iniciou este ano, mas que já faz parte do Plano de Gestão da Escola. Devido à sua complexidade e importância, percebemos a necessidade de continuar trabalhando com os temas propostos pelo projeto, já que uma mudança em termos de atitudes e comportamentos já se verificou.

PROJETOS COM PARCERIAS:


d.”VIDA FELIZ”

Laurinda L.C. Sousa
Professora Responsável

O projeto que resulta no entendimento do livrinho “Diogo e Olívia” é uma parceria de várias instituições e empresas públicas, entre elas a Fundação SOBECCan, a Editora e Gráfica São Francisco, a Escola Auxiliadora, a Passalacqua, a Agência de Publicidade NW3, o Hospital do Câncer e a USP de Ribeirão Preto, com escolas públicas que têm alunos que estão em tratamento de câncer e que necessitam não só da parte terapêutica, mas também de um acompanhamento psicológico e assistência, no delicado processo de sua reinclusão no meio escolar.

Figura 174 – livro-texto “Diogo e Olívia”

Data de início do Projeto: 2004

Duração do Projeto: duas semanas

Alunos Envolvidos: Alunos das quartas séries/ quintos anos.

Os objetivos deste projeto foram:

- estabelecer e divulgar a importância de cuidar da saúde;

- identificar e saber como prevenir doenças causadas pelo sol;

- reconhecer os diversos cuidados com a alimentação;

- desenvolver a criatividade e a imaginação.

Seu desenvolvimento ocorreu por meio de:

- leitura do livro “Diogo e Olívia”;

- leitura de diferentes textos;

- atividades de Português, História, Geografia, Ciências, Matemática;

- produção de textos;

- confecção de cartazes;

- cruzadinha;

- caça - palavras.

A culminância do projeto aconteceu com apresentação da peça de teatro “Vida Feliz” feita pelos alunos das quartas séries A e B e a exposição dos cartazes sobre o tema.










PROJETOS DE INICIATIVA DOCENTE/DISCENTE:

d.”VIDA FELIZ”

Pérola Inês César Serapião
Professora Responsável
Nome do Projeto:

COLETÂNEA DE POESIAS 2002 – 2005


HISTÓRIA EM QUADRINHOS 2004-2006

 Professora Responsável: Pérola Inês César Serapião

Início do Projeto: 2002
Duração do Projeto: quatro anos, com envolvimento de 90 alunos por ano.


            Desenvolvido a partir da necessidade de incentivar a leitura e a escrita, identificadas como os pilares essenciais do ensino-aprendizagem na educação nacional, o projeto teve como objetivos estimular esses processos, assim como a formação intelectual e a criatividade por meio da produção de diferentes textos e utilização de várias linguagens (poética, jornalística, entre outras) com os alunos de quartas séries.

No caso da produção poética, o projeto resultou numa criação coletiva registrada por meio da confecção de uma brochura.








A partir desta pequena mostra, pode-se observar que quando são dadas as condições necessárias e o incentivo, os alunos podem mostrar com graça e beleza sua riqueza interior, sensibilidade e capacidade na criação de poesias.

            Esta primeira iniciativa originou outras possibilidades de produção de textos que seguiam os mesmos procedimentos, mas que se utilizavam de outras linguagens, como foi o caso da confecção de histórias em quadrinhos.

Surgiu o PROJETO HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, que tem sido realizado desde 2004 até os dias de hoje, com as quartas séries.

Apropriando-se do encantamento que as histórias em quadrinhos, as tirinhas e os gibis proporcionam ao imaginário infantil, utilizou-se deste formato de escrita, que apareceu nos anos sessenta, para incentivar os processos de ensino-aprendizagem da escrita e leitura, utilizando-se dessa forma de comunicação. Assim, os alunos de quarta série foram estimulados a criarem suas próprias historinhas, assim como a desenhá-las.

O registro do projeto tem sido realizado com a confecção de vários gibis pelas diversas classes nas quais foi aplicado, apresentando excelentes resultados.

Para pensar.......

O ENIGMA ELIETE


Há 15 anos leciono. Milhares de alunos passaram por minha vida. Poucos ficaram. Alguns lembro raramente, outros frequentemente. Eliete sempre. Desde que a legislação resolveu democratizar “a fórceps” a educação, a cada ano enfrentamos na sala de aula o desafio da convivência, da tolerância, do embate, da violência, da carência, da falta de referência, do abandono...

Vou para a escola munida de meus “pseudos” conhecimentos, cheia de teorias, que no enfrentamento do cotidiano se dissolvem no ar. Conheci Eliete em uma escola municipal de periferia, ela na quinta-série não sabia escrever o próprio nome, passava o tempo todo fazendo desenhos infantis que revelavam sua verdadeira idade: 4 ou 5 anos. Mais um caso de inclusão determinado pela lei. Nunca sabia como iria encontrar Eliete. Em um minuto eu era a querida “tia”, para no segundo seguinte, me transformar na bruxa. Instigada pelos alunos, adolescentes que adoram “ver o circo pegar fogo”, ela corria na sala aos gritos: - Bruxa, bruxa, bruxa...

Durante tantos anos de magistério convivi com alunos violentos, cínicos, drogados, mal amados, abandonados, traficantes, assaltantes, indisciplinados, arrogantes, e toda sorte de seres humanos que me impõe o desafio de todos os dias: como dar sentido a minha profissão?

Mas Eliete era diferente, porque minha lógica, minha didática, minhas respostas, meus “combinados”, minhas explosões, meus silêncios, ferramentas de trabalho, táticas e subterfúgios que desenvolvi durante minha jornada pedagógica, não funcionavam com ela.

Totalmente abandonada, já que nem direção, coordenação ou familiares se importavam. Sem nenhuma orientação ou apoio, convivi durante um ano com Eliete. Não ensinei nada para ela, mas ela me ensinou muito. Fazer do espaço escolar um “depósito” em que crianças e adolescentes com necessidades especiais ou não, são “confinados”, porque a lei assim o determina, é uma resposta hipócrita de uma sociedade que tem, mas não cumpre efetivamente sua Constituição, as Leis de Diretrizes e Base da Educação (LDBE) e os Direitos Humanos.

Sempre penso em Eliete, nunca consegui entendê-la, nunca consegui ajudá-la, nunca lhe ensinei nada. Ainda que não saibamos o que fazer com ela ou como decifrá-la, este enigma só existe hoje porque Eliete não é mais uma desconhecida, que sem a obrigatoriedade da inclusão, continuaria “guardada”, reclusa, trancafiada em algum quartinho ou porão. Não saberíamos sequer de sua existência, não nos incomodaria não nos instigaria.

Discutir direitos humanos, garantir direitos humanos, ainda que de cima para baixo, de forma impositiva, atrapalhada, mal feita, expõe as feridas, e ainda que estejamos longe de curá-las. Não podemos mais ignorá-las.

Obrigada Eliete, você continua sendo um enigma para mim, mas com certeza conhecê-la me transformou em alguém menos indiferente.