a.”HISTÓRIAS DE
NOSSA TERRA”
Fúlvia
Aparecida M. Barbosa
Maria
Teresa Parisi Pazeto
Professoras
Responsáveis
Data de início do Projeto: Maio de 2005
Duração do Projeto: seis meses
Duração do Projeto: seis meses
Alunos
Envolvidos: Alunos
das terceiras séries.
Esse projeto teve como
objetivos:
- Contribuir na formação de
competência técnica de professores de Ensino Fundamental, no desenvolvimento de
projetos de reconstrução de memória com crianças;
- Fortalecer o papel da
Secretaria Municipal da Educação, Diretoria Regional de Educação da cidade de
Ribeirão Preto e a Algar, como parceiras do
ensino público, no processo de capacitação e de acompanhamento da prática
pedagógica de professores;
- Contribuir para a
qualificação da prática de ensino de história utilizando atividades
significativas de leitura e escrita, além do uso da informática e internet, no
cotidiano escolar;
- Possibilitar a criação de uma
comunidade virtual de professores, coordenadores e alunos de Ribeirão Preto
envolvidos neste macro projeto: HISTÓRIA DE NOSSA TERRA;
- Incentivar o uso pedagógico
do acervo produzido com o projeto “Museu do Futuro” e “Histórias de Nossa
Terra”, implantados em anos anteriores.
Seu desenvolvimento consistia
em que a classe, de forma coletiva, deveria escrever um texto, no qual ela se
apresentava, contando um pouco como eram os alunos, etc. Posteriormente,
encerrando o texto, a sala convidava as pessoas da comunidade escolar, para
participarem de uma entrevista realizada na sala de aula, por estes mesmos
alunos. Os convidados deveriam falar sobre suas memórias.
Para sua implementação ele foi
dividido em dois sub-projetos, descritos a diante:
“HISTÓRIAS DE
NOSSA TERRA: MUSEU DA PESSOA”
Fúlvia A. Barbosa
Professora Responsável
Figura
144- Convite
Texto de apresentação
do convite da 3ª série D do ano de 2005
A
3ª série D da E.E. "Dr.Edgardo Cajado" no Alto do Ipiranga é formada
por 35
alunos,
sendo 22 meninas e 13 meninos todos entre oito e nove anos.
A
maioria dos alunos mora no Bairro, mas há alunos do conjunto habitacional
Alexandre
Baldo, Monte Alegre, Sumarezinho e Planalto Verde.
A
nossa classe conversa demais, pois quase todos já eram amigos da segunda série.
Temos apenas cinco colegas que vieram para a nossa sala.
Mesmo
assim, acreditamos que somos bons alunos.
Há
alguns momentos em nossas aulas que adoramos.
Quando
fazemos a “hora da leitura”, a "hora da história" e as experiências
do livro de Ciências.
Nós,
as meninas, gostamos de jogar queimada, andar de bicicleta e jogar vídeo-game.
E
nós, os meninos gostamos de jogar futebol, soltar pipa e jogar vídeo-game
também.
Estamos
muito contentes por participar do Projeto, esperamos que tudo de certo.
Com
o convite aceito seguem as transcrições das entrevistas e as produções dos
alunos:
Depoente: Gislaine
Cristina Pires
Figura 145- As boas vindas a
Gislaine, por ter aceitado o convite de participar da entrevista.
No dia cinco de dezembro, fizemos uma
entrevista, para o projeto da nossa escola, pelo seus 30 anos . A entrevistada
era tia de uma aluna.
O
nome da entrevistada era Gislaine Cristina Pites, nascida no ano de 1974.
A
Gislaine entrou na escola em 87, 88 . Ela estudou desde a 1ª a 7ª série. Ela
morava, e ainda morava, na Rua Mato Grosso 1416.
A
Gislaine nos contou que a escola se chama E.E.Dr.Edgardo Cajado.
Nos disse também que a escola teve
bastante modificações como: a quadra, o piso, as rampas e etc.
A
Gislaine contou que os períodos eram de manhã, tarde e noite. E também contou
que numa época, tevê um período intermediário e os horários eram das 7:00 às
11:00 e das 15:00 às 18:00.Tinha 1ª à 8ª série.
A
Gislaine nos contou que, vários funcionários que trabalhavam naquela época,
ainda trabalham hoje, como o Sr.João, a Dona Bete e a Dona Lourdes.
A
Gislaine nos disse que ao retornar ao prédio escolar, ela se sente muito feliz,
e que acha legal ver as diferenças daquele tempo com o de hoje. Ela contou
também,que não tinha caseiro, só ficava a casa, e logo no ano em que ela saiu
da escola, entrou um casal para morar lá. Ela disse que as salas eram do mesmo
tamanho de hoje, só que tem mais salas, era na média 34 a 40 alunos por sala.
A
Gislaine disse que as notas não eram como hoje, PS, S, I, era A,B,C,D e E.
Tinha chamada(caderneta), e reprovava por falta e nota baixa.
Só
tinha provas bimestrais, não tinha trabalhos.
O
uniforme era camiseta branca e calça jeans.
Não
tinha biblioteca, só alguns livros.
De
1ª à 4ª série, só tinha uma professora. E da 5ª série em diante tinha mais que
quatro professoras.
A
Gislaine disse, para nós que devemos aproveitar bastante nessa época, que um
dia, nós poderemos estar no lugar dela...
Giovanna Grepi 4ª série B
07 de Dezembro de 2006
Depoente: Maria das Graças Sposito
Bonomi – 47 anos
Figura 146- Entrevista
feita pelas crianças e a história oral de Maria das Graças retratada nos
desenhos da turma (2005)
A
seguir a transcrição:
Dona Maria da Graças disse que gosta
muito do seu nome e gosta de ser cozinheira da escola.
Mora no bairro onde é a escola,
desde que tinha 4 anos, veio com seu pai tomar conta de uma chácara .
Hoje o bairro chama-se Ipiranga, ela
disse que antigamente aqui era tudo chácara. Ela não tinha muitos amigos porque
as casas eram longes uma das outras.
Depoente: Maria
de Lourdes N. da Silva
Figura 147- Dona
Lourdes
A
infância de Dona Lourdes
Dona Lourdes tem duas filhas
pequenas; quem cuidava delas era a avó, ou seja , a sua mãe.
Quando as meninas atingiram idade
para entrar na 1º série foram estudar na Escola Edgardo Cajado, onde nossa
depoente trabalhava.
Hoje suas filhas estão casadas e
Dona Lourdes já e avó de cinco crianças, sendo que a sua neta mais velha também
estuda no “Cajado” e já esta na 5º série.
Quando perguntamos se Dona Lourdes
gosta de trabalhar na escola, ela nos respodeu que adora, pois passa a maior
parte do dia nela e tem otímo relacionamento com a direção professores e e
funcionários.
A escola antigamente
Dona: Lourdes nos contou coisas interessantes sobre
problemas que nem imaginávamos que pudessem ter acontecido aqui.
Um fato interessante que nos contou
foi que a E.E.”Dr Edgardo Cajado “
funcionava em outro endereço, na rua Pará , aqui mesmo , no bairro Ipiranga ; e
que só foi inaugurada , no dia 28 de outubro de 1977. Só então Dona Lourdes
passou a trabalhar em
escola. Primeiramente ela trabalhou como servente e depois
como inspetora de aluno, so então prestou concurso e passou a ocupar o cargo
que ocupa hoje; secretaria de escola.
Quando a escola era na rua Pará,
houve a necessidade de construir uma escola maior que atendesse o nº de aluno
que moravam na região e não tinha como estudar, mas o prdio construído não e
mais o mesmo, sofreu várias modificações
e melhorias.
A nossa depoente nos contou a
princípio havia ensino de 1º a 8º série, mas em quatro períodos :manha
intermediário, vespertímo e noturno. Agora so há aula no período da manhã e da tarde.Havía
menos salas de aula , somente dois blocos e eram abertos, hoje são três blocos e são
fechados.
A escola não era murada, havia apenas cerca de tela e também não havia
quadra de esportes.
Dona Lourdes se recorda de que havia
uma pessoa para cuidar de todo o terreno da escola, mas por não ter muro, ser
muito grande, escuro, cheio de matos e árvores, ficava muito dificil, pois
muita gente pulava a cerca e danificava a escola.
Nos disse que antigamente a escola
era limpa, mas nem se compara a limpeza e ao aspecto de que apresenta hoje,
pois a terra do morro não invade mais o pátio e aos corredores dos blocos
quando chove.Alem disso, o cuidado constante com o prédio pinturas, vidraças,
ventiladores, carteiras, banheiro, horta, vasos e flores,dão um toque especial
a nossa escola.
Figura 148- Imagens produzidas pela
entrevista de D. Lourdes
A avaliação
após a conclusão do projeto.
Figura 149-
Avaliação do projeto
“HISTÓRIAS DE
NOSSA TERRA: MEMÓRIA LOCAL”
Maria Teresa
Parisi Pazeto
Professora Responsável
Realizado de agosto a
dezembro de 2005, compunha-se da confecção de um convite para participação dos
pais e funcionários em uma entrevista, que ocorreria na escola. Posteriormente,
os alunos deveriam escrever com suas palavras a “Entrevista”, assim como o
“Registro da história de vida do convidado”, por meio de desenhos das
lembranças, mais comoventes dos entrevistados.
A
seguir, as fotos do convite de 2005, as entrevistas e as ilustrações do
projeto.
Texto de apresentação
do convite da 3ª série C do ano de 2005
Estamos
na 3a série C da Escola Estadual "Dr. Edgardo Cajado" em Ribeirão Preto , no
bairro do Ipiranga, na rua General Câmara n. 157 CEP-14055-080. Email:
edgardocaiado@terra.combr.
Nossa
turma é muito unida. Todos os dias iniciamos nossa aula com alguma leitura sobre "Deus”, escolhida
por nós. Depois a professora nos dá um tempo para contarmos alguma coisa
acontecida no dia anterior. Não sei como nos entendemos, todos queremos ser o
primeiro ...
Gostamos
muito de jogar bola, jogar vôlei, bater figurinhas (bafo), de jogar queimada,
pular corda,bambolê , vídeo game , desenhar, pintar, correr, nadar, ler livros,
estudar, andar de bicicletas. Etc ...
Gostaríamos
de conhecer a história de nosso bairro. Contamos com você...
Os resultados do sub-projeto “Memória Local” remetem a
reconstituição do história de constituição e do nome do bairro Ipiranga, que se
segue em texto coletivo:
A comunidade do entorno
do “Cajado” tem suas origens na história da imigração italiana para a cidade de
Ribeirão Preto.
Os imigrantes, que
chegavam, vinham substituir os escravos recém libertos pela Lei Áurea, que após
a proclamação da república, haviam abandonado as fazendas e os seus ex-
senhores.
Barracão foi o primeiro
nome do atual Ipiranga; um loteamento que nasceu em 1953, com 38 lotes,
compreendidos entre o córrego Ribeirão Preto e a Rua General Câmara e entre a
Rua Maranhão e a Avenida D. Pedro I.
O nome original surgiu a
partir da construção de um barracão, destinado a ser ponto de chegada de
imigrantes, principalmente dos italianos, localizado próximo a estação
ferroviária da Mogiana. Do outro lado da estação havia um outro bairro formado
por chácaras de dimensões padronizadas, denominado Bairro Ipiranga, que aos
poucos foram sendo incorporadas pelo crescimento da zona urbana naquela
direção.
Como não havia uma
distinção rígida entre os limites do “Barracão” e do “Ipiranga” e
principalmente porque a opinião pública achava o nome do bairro “Barracão” feio
e o nome “Ipiranga”, bonito; houve uma fusão dos dois bairros.
Projeto do vereador
Osório Carlos Nascimento, o plebiscito para essa alteração foi realizada em 2
de abril de 1967, com apoio de um intenso movimento democrático iniciado na
metade da década de 60, pelo radialista Antônio Magrini, na época, na rádio
Cultura.
A lei que procedeu à
alteração foi a de nº 1.910, de 15 de maio de 1967, assinada pelo prefeito
Welson Gasparini.
Fruto da fusão do
Barracão com o Ipiranga, o bairro Grande Ipiranga abriga uma população estimada
em 150 mil habitantes, formando um conglomerado de dezenas de loteamentos e
conjuntos habitacionais, com 7,74 quilômetros quadrados.